A Virtude da Penitência é um hábito sobrenatural pelo qual temos dor dos pecados passados com intenção de removê-los da alma. Ela supõe, portanto, o desejo de expiar os pecados. O espírito de compunção é uma atitude habitual da alma que nos mantém na dor e no pesar de ter ofendido a Deus e no desejo de reparar as nossas faltas. A contrição profunda e habitual proporciona à alma uma grande paz, a mantém na humildade, é instrumento de purificação, ajuda a alma a mortificar seus instintos desorde nados, fortalece contra as tentações, leva a alma a fazer todo o possível para reparar pelos seus pecados e é uma garantia de perseverança no caminho da perfeição.
Esta virtude reside na vontade humana, e por isso, a repugnância natural a tudo que significa penitência e renúncia, que é instintiva, não deve ser um obstáculo para a prática de atos da penitência. Para todos os Santos o sofrimento repugnava, e sobretudo a Cristo, na agonia. Mas por sua Paixão este nos salvou, e aqueles, pela união a Cristo no sofrimento, participaram também de seus méritos.
Todo o rito da missa a nos inspira a penitência e a compunção: Confiteor, Eu confesso… Nobis quoque peccatoribus, A nós, pecadores… Domine non sum dignus, Senhor eu não sou digno…
Três são os meios para adquirir o espírito de compunção: a oração, a contemplação dos sofrimentos de Cristo por causa de nossos pecados e de sua misericórdia infinita, e a mortificação voluntária.
“Omnipotente e bondosíssimo Deus, que fizestes sair da pedra, para o povo sequioso, uma fonte de água viva, fazei sair da dureza de nosso coração lágrimas de compunção, para podermos chorar os nossos pecados, e por isso merecermos o perdão. Por Cristo Nosso Senhor.” (Missal Romano)